Inércia ("Deixe-me estar como estou") Introdução A série de experimentos a seguir, com material bem simples, evidencia a propriedade da inércia inerente a todos os corpos materiais. Todo corpo, atendendo à primeira lei de Newton ou Princípio da Inércia, em linguajar bem popular, diz "deixe-me estar como estou"; se estou em repouso quero continuar em repouso e, se estou em movimento, quero continuar com a velocidade que estou. Qualquer tentativa de retirar-me do estado atual (repouso ou movimento) encontrará séria imposição. Cientificamente a primeira lei diz:
O referencial onde isso se verifica denomina-se "referencial inercial". Experimento 1: Tiras que não rasgam Duas alças feitas com tiras de papel jornal, com 1 cm de largura, sustentam uma régua de madeira de 40 cm, como se ilustra. Uma pancada brusca (brusca mesmo!; use uma barra de ferro) na região indicada, quebra a régua, sem rasgar as tiras. Uma justificação simplória para destacar o efeito da inércia (m) pode ser posta em termos de impulso (impacto).Se o golpe é lento (Dt grande), a transmissão de momento linear (m.Dv) é lenta, o que gera uma força média (F.Dt) pequena. Se o golpe é rápido, a transmissão de momento linear é rápida, o que gera uma força média intensa. Se a intensidade da força média ficar abaixo da resistência mecânica da madeira à tensão, a régua não se rompe e transmite a força para as alças de papel. Se a intensidade da força em cada alça for maior do que a resistência delas, as alças se rompem e a régua apenas cai. Se a intensidade da força média ficar acima da resistência da madeira, a régua se rompe. É o mesmo motivo que faz com que, se depositarmos uma pequena pedra sobre o vidro, este não se rompe; mas se abandonarmos a pedra de uma certa altura, o vidro poderá se estilhaçar. O tempo de atuação da força sobre um corpo é fator importante nos fenômenos em geral --- é regido pelo teorema do impulso: F.Dt = m.Dv Esse é o teorema que deve ser usado para responder questões (incompletas) do tipo:
Observe que, nessa pergunta, faltou um 'dado' necessário, a saber, a estimativa do tempo de impacto com o chão (Dt). Experimento 2: Garrafa 'fixa' Um puxão brusco no papel retira-o de sob a garrafa com água, sem que essa se desloque. Em geral, o receio de quebrar a garrafa, faz com que o puxão não seja tão brusco como o sistema solicita. Use garrafas de plástico para ensaiar o experimento e perder o temor. Experimento 3: As moedas 'coladas' Sobre uma mesa, faça uma bela pilha com peças de jogar damas. Com o bordo largo de uma régua (largura não superior à espessura da 'pedra'), dê um golpe seco na peça inferior. Esta será expulsa da pilha sem que as demais sequer oscilem. Experimente também com moedas. Experimento 4: A moeda que não gira Um golpe seco na tira de cartolina retira-a de sob a moeda, sem que essa exiba a menor oscilação. Experimento 5: A bolinha e o copinho Uma variante do experimento 4, substituindo-se a moeda pela bolinha. A carta de baralho é expulsa de sob a bolinha (e essa cai dentro do copinho) mediante o golpe de uma lâmina de aço. Experimento 6: O cordel 'misterioso' Dois segmentos de linha de coser (1) e (2) são atados aos ganchos de uma esfera (madeira, ferro, chumbo etc.). O superior (1) tem sua outra extremidade presa a um suporte rígido e o inferior (2) tem sua outra extremidade amarrada a um pequeno bastão. Puxando-se lentamente pelo bastão, o fio superior (1) rompe-se. Dando-se um puxão brusco pelo bastão, o fio inferior (2) rompe-se. Explique isso. Use um tipo de linha cuja resistência á tração seja ligeiramente superior ao peso da esfera. Experimento 7: Os copos resistentes Um golpe seco no sarrafo de madeira de seção retangular, com cerca de 2 m de comprimento, rompe-o sem que os copos se movimentem. Alfinetes servem de apoio entre a madeira e os copos. Experimento 8: Inércia de movimento Sobre um cartão rígido e liso, mantido horizontalmente, coloca-se uma moeda. Iniciando um movimento lento, na horizontal, a moeda acompanha o cartão. Você pode até ir girando em torno de si. Brecando bruscamente o cartão, a moeda continua no mesmo sentido de movimento. Esta é a inércia de movimento (ou de velocidade, cientificamente). |
Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiae Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos. Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Lei da Inércia, primeira Lei de Newton
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